top of page
  • Daiane Fernandes

Você se lembra da última Copa do Mundo?

Atualizado: 19 de jul. de 2023

Feminina?



Ela foi em 2019. A primeira edição aconteceu apenas em 1991. As oito edições da Copa do Mundo feminina foram vencidas por quatro seleções. Estados Unidos venceu quatro vezes e é a atual campeã. As outras seleções vencedoras são Alemanha, com dois títulos, e Japão e Noruega com um título cada.


O Brasil ainda não conquistou sua estrela.


Em 1991 (na China) não passamos da fase de grupos. E infelizmente não existem fotos ou vídeos do primeiro gol do Brasil em uma Copa do Mundo. Foi em 17/11, contra o Japão. Ganhamos de 1x0, mas depois perdemos para os EUA (5x0) e Suécia (2x0).

Seleção Brasileira na Copa do Mundo Feminina de 1991 Foto: Reprodução / CBF


Em 1995 (na Suécia), também não passamos da fase de grupos.

Jogadoras da Seleção Brasileira no vestiário em 1995 | Acervo Museu do Futebol | Coleção Rosilane Motta (Fanta) | Foto: Direitos reservados


Já em 1999 (nos EUA) fomos até a semifinal contra a poderosa seleção norte-americana, quando perdemos de 2x0.

Jogadoras da Seleção Brasileira comemoram a terceira colocação na Copa do Mundo de 1999 | Acervo Rosilane Motta


Em 2003 (de novo nos EUA) caímos fora nas quartas contra a Suécia, 2x1.

Seleção Brasileira Copa do Mundo 2003 | Acervo Museu do Futebol


Em 2007 (na China) fomos até a final contra a Alemanha, mas perdemos de 2x0.

Seleção brasileira na Copa do Mundo de 2007 | Foto: AFP


Em 2011 (na Alemanha) caímos contra as norte-americanas, nas quartas, mas o empate em 2x2 levou a decisão para os pênaltis.

Seleção Brasileira antes de sua última vitória na Copa de 2011, contra a Guiné Equatorial, diante de um público de mais de 35 mil pessoas | Acervo Museu do Futebol


Em 2015 (no Canadá) nos derrubaram nas oitavas, mas dessa vez foram pés australianos. 1x0.

Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2015 | Acervo Museu do Futebol


Em 2019 caímos nas oitavas novamente, porém contra as francesas, 2x1, na Copa que foi na França. Você não se lembra? Pois é, mas foi transmitido na TV aberta. E desmentindo as más línguas, teve audiência, sim!

Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2015, 30 milhões viram Brasil x França (Ibope), a maior audiência da história da Copa | Foto: CBF


A Copa de 2019 foi a primeira a ser transmitida na TV aberta aqui no Brasil, pela Globo. Antes disso, a competição só havia sido transmitida no canal fechado da emissora, o SporTV, nas Copas de 2011 e 2015. Com isso, o futebol feminino ganhou mais popularidade no nosso país, gerando mais visibilidade e reconhecimento para as atletas, principalmente da nossa seleção.


Se olharmos a Copa do Mundo de futebol masculino, os primeiros anos também não foram vitoriosos para o Brasil. Com início em 1930 longos 61 anos antes das Copas femininas , nossa primeira taça chegou em 1958. Depois, 1962 e 1970 e um jejum até 1994. A diferença é que todo mundo sabe disso. Mesmo quando a gente não ganhou, foi inesquecível, porque todo mundo viu, nossos pais e avós. Porque Copas do Mundo de futebol são inesquecíveis de qualquer jeito.


Então, imagine quanta coisa você perdeu, quanta alegria nós perdemos, por não ter presenciado a história das Copas do feminino?


Mas mesmo assim, desde 1991 — apenas 1991 — elas sempre estiveram lá. Todo ano, após uma Copa do Mundo de futebol masculino elas protagonizam uma nova Copa do Mundo no ano seguinte. Poucas pessoas vestem verde e amarelo, as marcas não se apropriam do evento. A Copa do Mundo delas. Você não se lembra, mas agora você sabe. Sabe porque leu este texto ou porque talvez viu o anúncio na TV. Então, se quiser, você pode torcer pela nossa seleção.


Vai ser lindo como sempre, porque mais uma vez e pela última vez veremos a melhor jogadora de todos os tempos entrar em campo e mostrar todo o seu potencial. A melhor jogadora de todos os tempos, detentora de seis bolas de ouro (2006 a 2010 e 2018), prêmio máximo dado aos atletas do futebol, desejado por todos que trilham essa jornada, é de uma brasileira. Marta Vieira da Silva.


Nascida em Dois Riachos, Alagoas. Nordestina. Sua história começou em 1999 no CSA, clube alagoano, foi pro Vasco, continuou no Santa Cruz (MG) e então o Brasil ficou pequeno demais pra ela, quando foi chamada para o Umeå IK, uma equipe sueca, em 2009. Depois ela foi pro Los Angeles Sol, nos EUA (que como você deve ter percebido, é o centro das atenções quando o assunto é futebol feminino).


Veio emprestada pro Santos nos anos de 2011 e 2017, mas trilhou carreira no Gold Pride e Wastern New York Flash, EUA, e em 2017 voltou pra Suécia, no Tyresö e também no Rosengård. Desde o final deste mesmo ano ela está no Orlando City, EUA. Na seleção brasileira, a canhota atua desde 2002. O que significa que a Copa de 2023 é a sexta da sua história.


A camisa 10 balançou a rede 17 vezes em cinco edições da Copa. Ao todo, foram 20 jogos e lances memoráveis, como o gol da semifinal contra os Estados Unidos no mundial de 2007 (o quatro incrível gol deste vídeo aqui), eleito pela Fifa o gol mais bonito de Marta pela seleção brasileira. A partida terminou 4 x 0 e pela primeira vez o Brasil estava classificado para uma final de Copa do Mundo.


E o que redação publicitária tem a ver com isso?


Que eu não escrevi um texto sequer a respeito do evento para nenhum cliente, salvo um story de Instagram para o dia 20/08, dia da final.


E acho uma pena que esta Copa não tenha o mesmo valor que a Copa do Mundo de 2022 teve. E lamento pelas oportunidades que estamos perdendo. Mas... quem sabe daqui quatro anos. Quem sabe a popularidade siga aumentando. Porque essa história de que não é bom, é balela. Futebol é futebol. Precisamos normalizar isso. Até lá, faz um favor para essa redatora cansada aqui e liga essa TV, computador ou celular nos jogos da amarelinha:

  • 24/07 - segunda-feira, às 8h (contra o Panamá)

  • 29/07 - sábado, às 7h (contra a França)

  • 02/08 - quarta-feira, às 7h (contra a Jamaica)

Tudo sobre as convocadas e últimos acontecimentos você encontra aqui.


A cerimônia de abertura será às 4h do dia 20/07, próxima quinta a Copa acontece na Austrália e na Nova Zelândia, então vamos sofrer um pouquinho com a diferença de horários.


A Pia Sundhage, que está treinando a nossa seleção desde 2019, é sueca e jogou a maior parte da sua carreira como atacante. Se aposentou como artilheira da Suécia, mas também teve passagens como defensora.


Como treinadora dos EUA entre 2008 e 2012, conquistou duas medalhas de ouro olímpicas e foi vice-campeã da Copa do Mundo de 2011. Em 2016 conquistou a prata olímpica para a Suécia. Nossa esperança está no trabalho consistente que vem desempenhando ao longo desses quatro anos treinando o Brasil (e já bem abrasileirada, cheia de carisma) e nas amostras que a seleção vem dando ao longo de outras competições e amistosos desde então.


Se você não lembra da última Copa do Mundo feminina, ainda dá tempo de começar a criar lembranças este ano. Em 2027 a gente volta a conversar sobre o assunto e tenho certeza que vai ser muito especial. Até lá, ainda existem diversos outros campeonatos de futebol feminino pra gente curtir além desse, dentro e fora do Brasil. Vamos nessa, amantes do futebol?

36 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page